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Neodarwinismo e Síntese Evolutiva

Crítica do Neodarwinismo, a Síntese Moderna, Síntese Evolutiva ou Teoria Sintética da evolução e outras teorias continuístas da teoria de Darwin.

Capa livro Teoria Geral da Evolução Condicionada da Vida. Cavalos-marinhos e peixes dourados.

EVOLUÇÃO CONDICIONADA
DA VIDA

FILOSOFIA E CIÊNCIA

Autor: José Tiberius

 

 

3.d.1. Crítica do Neodarwinismo

O Neodarwinismo é a teoria ou corrente científica que engloba as teorias da evolução que de alguma maneira mantêm a essência da Teoria Darwinista, ou seja, variações aleatórias dos indivíduos e da seleção natural.

O Neodarwinismo baseia-se no desenvolvimento da ciência, como as leis de Mendel e a genética, e limita-se a constatar que as variações dos seres vivos se produzem no seu estado germinal quando o verdadeiro problema é quando e por que se produzem as variações na informação genética e as suas condições associadas para conseguir o seu desenvolvimento efetivo, inclusivamente depois de várias gerações.

Charles Darwin (1809-1882) (Imagem de domínio público)
Charles Darwin (Public domain)

A atual biologia molecular está descobrindo a forma como a natureza leva a cabo a verificação genética e outros controles (sem conhecer a priori as razoes que os justificam) mediante o estudo do ADN, em particular, um artigo científico referia-se aos pedaços de ADN denominados Histones. De todas as formas, não é necessário recorrer a conhecimentos tão profundos de biologia molecular sobre o ADN visto que é conhecido que algumas proteínas, chamadas fatores de transcrição, ativam ou inibem a expressão de determinados genes.

Nos finais do século XIX a Teoria Neodarwinista era uma coisa, em mediados do século passado outra, devido à consolidação da Síntese Evolutiva Moderna e, em finais do mesmo, voltou a mudar pelo aparecimento da Teoria do Equilíbrio Pontuado ou Pontualismo.

Como se pode observar, o Neodarwinismo mantém-se graças a que se adapta a quase tudo, seguindo o seu próprio princípio de adaptação tautológica. Quando não se pode adaptar recorre aos paradoxos biológicos, ainda que se lhes chame casos isolados para evitar que se pareçam a certas teorias físicas modernas.

A Teoria Neodarwinista continua a ser a doutrina imperante apesar de que se considere passado de moda, agora se aceita diretamente que Darwin tinha razão ainda que o raciocínio seja o da última atualização do Neodarwinismo, seja a da Síntese Evolutiva Moderna (Teoria Sintética da Evolução) ou a que se esteja a discutir em cada momento histórico.

Uma breve descrição da teoria Neodarwinista pode encontrar-se no título 9.

 

3.d.2. Crítica da Teoria Sintética da evolução

É certamente difícil para um não-biólogo distinguir entre a corrente do darwinismo e a Teoria Sintética da evolução, esta é uma continuação da anterior, da mesma forma que neodarwinismo ou teoria neodarwiniana era uma continuação da Teoria de Darwin como o seu próprio nome indica. Com o avanço da ciência não se pode ignorar certos conhecimentos, é necessário mudar para manter-se.

Para estes efeitos, considero tanto a Teoria Neodarwinista como a moderna Teoria Sintética da evolução (Theodosius Dobzhansky, Ernst Mayr e George G. Simpson), como atualizações naturais ou evoluções condicionadas da Teoria de Darwin pelos avanços científicos posteriores à mesma.

De fato, o próprio nome de Síntese Evolutiva Moderna indica-nos que é um aglomerado de ideias segundo se foram desenvolvendo pelo avanço da ciência. Não obstante, ao mesmo tempo indica-nos que não se tem um conjunto compacto de conhecimentos científicos sobre a evolução que permita assegurar as suas características básicas. Ao contrário do que se diz, a Síntese Evolutiva ou a original Teoria da de Darwin são tudo menos teorias cientificamente provadas

Ambas assumem a aleatoriedade das modificações na informação genética, o mecanismo continua a ser, pois, a seleção natural; se bem que se ampliou a sua esfera de aplicação à micro-evolução.

  • Citemos dois exemplos dos muitos que poderíamos encontrar, o esperma que consegue chegar ao óvulo é porque está mais bem adaptado por ter melhor sistema de direcionamento, por ter mais força, mais sorte, etc. Não porque a Natureza se sirva do mecanismo de seleção natural para, quando detecta algum problema na fabricação dos espermatozoides, como um pequeno golpe ou uma mudança na temperatura, provoque de forma intencionada alguma pequena deficiência nos espermatozoides porque não lhe interessa parar o sistema de produção por razoes alheias a esta discussão.

  • Quando um indivíduo é estéril, é-o por acidente e não porque a natureza tenha detectado algum problema no código genético e considerado que não quer seguir essa linha evolutiva particular pelos motivos... ainda que, claro, o indivíduo em questão seja normal na escala macro.

NOTÍCIAS DA EVOLUÇÃO

"Apetite e reprodução.

Uns científicos dos EEUU identificaram no cérebro um interruptor bioquímico que regula o apetite e a reprodução. Se sabia já que o peso corporal e a fertilidade estão intimamente relacionados, e que as mulheres muito magras, por exemplo, podem ter problemas para ficar grávidas."

El País 3-09-2008. Nature.

De fato, todas as críticas realizadas à Teoria de Darwin são igualmente aplicáveis tanto ao Neodarwinismo como à Síntese Evolutiva Moderna ou Teoria Sintética da evolução, mais ainda, algumas delas realizaram-se tendo em conta os novos conhecimentos científicos.

O curioso do tema é que hoje em dia é conhecido de sobra que as modificações se produzem com muito maior frequência numas partes do que noutras, e não por razoes de índole químico se não lógico ou de estrutura funcional do genoma. Apesar disso, a doutrina científica ortodoxa nem sequer aceita a possibilidade de que as mutações não sejam mutações aleatórias. Adeus axioma!

Correndo o risco de me repetir, gostaria de saber que distribuição estatística seguem as famosas mutações aleatórias; se tão provado está, deveria saber-se. Talvez quando se diz mutações aleatórias se queira dizer que se desconhece a sua origem ou razão na maioria dos casos.

Em último lugar, assinalar que uma teoria tautológica não tem o caráter de teoria científica e que não vale estar mudando constantemente as coisas já provadas, porque parece que se joga com o método científico e o sentido comum.

A ciência moderna deveria ser algo mais humilde e reconhecer que a Síntese Evolutiva nem o caráter aleatório das modificações genéticas e outros elementos da referida teoria evolucionista não estão demonstrados cientificamente, o que não impede que continue a ser a teoria geralmente aceite no presente.

Uma breve descrição da teoria Sintética da evolução pode encontrar-se no título 9.