4.d) Investigação experimental
4.d.1. Escassez de estudos e amostras pequenas
Os estudos estatísticos da investigação experimental sobre os quocientes de inteligência em famílias são muito escassos porque os trabalhos de campo que incluem este tipo de variáveis costumam estar mais dirigidos a estudos de gêmeos ou a programas de adoção e não incluem os dois progenitores.
Também são bastante custosos se se querem obter garantias da objetividade dos resultados. É necessário um bom desenho da amostra, com a dificuldade adicional de obter voluntários para este tipo de estudos. A realização das provas ou testes de inteligência por pessoal especializado, etc.
4.d.2. Dados fonte da investigação experimental
Contudo, o mais complicado para mim foi poder encontrar e aceder aos últimos dados fonte originais dos testes de inteligência realizados para poder realizar as minhas próprias estimativas estatísticas.
Apesar da pequena dimensão da amostra analisada da investigação experimental no Estudo EDI, a geração de variáveis mediante distintas agrupações dos valores disponíveis permitiu dispor de um modelo muito sensível aos dados. Esta característica, a meu ver, é um dos pontos fortes do modelo, pois apesar da vulnerabilidade das correlações investigadas conseguiram-se una ajustes que roçam a unidade.
Em defesa da minha pequena amostra, devo dizer que estive a viajar eletronicamente durante mais de um ano por numerosos mundos de profissionais, organizações nacionais e internacionais dedicadas ao estudo da inteligência, organismos públicos, universidades, grupos de notícias na Internet, estudos internacionais de gêmeos, etc., perguntando sobre os dados sobre os coeficientes de inteligência (QI) de famílias. Inclusivamente encomendei a busca a uma empresa de psicométria sem resultado.
No final, uma busca realizada pelo serviço pago do motor de busca Google localizou quarto sítios diferentes. Em três deles eu já tinha estado e não tinha conseguido os dados. Felizmente o quarto, ainda que com certa dificuldade, deu os seus frutos e pelo menos obtive uma grande amostra de testes de inteligência famílias ainda que seja pequena!
Suponho que o caráter pessoal dos dados da investigação experimental e as suas implicações sociais e políticas dificultam o acesso aos mesmos. Igualmente imagino que os autores da grande maioria dos milhares de artigos publicados sobre este tema seguramente não tiveram acesso aos dados fonte e limitaram-se a comentar os resultados publicados por outros trabalhos e a apresentar justificações teóricas dos seus pontos de vista pessoais.
4.d.3. Tecnologia informática e técnicas estatísticasx
Para realizar a investigação estatística com análise de sensibilidade de múltiplos coeficientes de correlação obtidos por regressão linear são necessários conhecimentos elevados de técnicas estatísticas.
A análise das correlações de variáveis e os modelos de regressão por mínimos quadrados ordinários podem fazer-se com facilidade há muito tempo.
No entanto, a capacidade de cálculo multiplicou-se espetacularmente nos últimos anos graças à tecnologia informática. A utilização desta grande capacidade foi totalmente necessária para conseguir os resultados alcançados no estudo incluído no anexo.
Para estes efeitos, convém dizer que de cada vez que atualizo os dados, a folha de cálculo de Excel gera mais de 10.000 números aleatórios, centenas de variáveis, mais de 100.000 coeficientes de determinação ou regressão por mínimos quadrados ordinários das diferentes variantes do modelo, e apresenta-me de forma gráfica uns 16.000 valores em 200 gráficos, claro, a cores.
Costumava demorar de 3 a 7 segundos.
Convém sublinhar que os erros nas fórmulas que se produzem sempre não teriam podido detectar-se a não ser por ter a confiança de uns resultados a níveis intuitivos que permitem a localização de erros dada a grande quantidade de resultados apresentados pelas folhas de cálculo.